MENSAGEM: ONDE ESTÁ O MEU PRÓXIMO?
TEXTO:
LC.10: 25 – 37
INTRODUÇÃO:
Existe uma distância considerável entre a teoria e a prática. Como cristãos
devemos levar a sério os mandamentos de Deus. A igreja do Senhor por meio das
Escrituras Sagradas tem acesso à vontade plena de Deus para realizar a sua obra
aqui nesta terra. Quanto maior for o conhecimento, aumenta o grau de
responsabilidade. O texto em pauta desmistifica de forma contundente o dilema
entre a teoria e a prática frente a um interprete da lei cheio de filosofias.
Para o Mestre Jesus, não basta saber a formula correta, mas também executar, e
isto se aplica em todas as gerações, ou seja, diz respeito a nós seguidores de
Cristo do século XXI.
I
– ARGUMENTOS PARA JUSTIFICAR-SE
Sobre este texto em
exposição certamente você já tenha ouvido inúmeras mensagens, entretanto, convido
você atentar para algumas lições que julgo ser preciosas para todos nós neste
tempo. O questionamento do interprete da lei era pertinente: “Mestre, que farei
para herdar a vida eterna?”(v 25). Obviamente o inquiridor estava cônscio das
tratativas de Jesus. Mas, qual era a intenção daquela pergunta tão importante?
O que estava escondido por detrás daquela bem elaborada pergunta? A bíblia
responde o intento do doutor da lei (v 29). Era usual por parte dos rabinos
responder as perguntas com outra pergunta. Tanto que, Jesus apenas responde
diretamente umas três perguntas dirigidas a ele. Apesar da preciosidade da
pergunta, neste episódio a intenção do doutor era colocar Jesus numa sinuca de
bico, ou seja, num impasse diante das pessoas. Este cidadão certamente era um
importante doutor interprete das Escrituras, com a réplica de Jesus e sua
trepica fica evidenciado que sua dúvida não era real, pura camuflagem para
eximir de suas obrigações. A teoria estava na ponta da língua. Jesus foi
incisivo: “Faz isso e viverás” (v 28). Depois de ser apanhado em sua omissão o
doutor tenta esquivar novamente apresentando dificuldade em identificar
corretamente quem era seu próximo. Em virtude destas desculpas esfarrapadas do
doutor, Jesus narra a parábola para ele dar o veredito incriminatório. Esta
lição serve para nós para evitarmos esconder atrás das máscaras no cumprimento
do nosso dever cristão.
II
– ONDE ESTÁ MEU PRÓXIMO?
A
história que Jesus contou para aquele doutor mostra quatro personagens: O
viajante que foi assaltado, o sacerdote, o levita e o samaritano. O samaritano
tão discriminado pelos judeus foi quem socorreu o peregrino, vítima do assalto,
em contrapartida os religiosos desampararam o próprio irmão. Talvez estes
tinham algum compromissos inadiável! Em muitas situações; explica-se, mas não
justifica-se. Exemplos clássicos do explicando o inexplicável: Como pode um
cristão gastar horrores em ração para cães, gato, pássaros e negar o segundo
prato de comida para o mendigo? A pergunta ecoa com grande alarido, feito um
potente megafone; onde está o meu próximo. Ora, o meu próximo está na minha
rua, nas vilas, nos pontos de ônibus, orfanatos, asilos, hospitais etc. Estamos
tapando os ouvidos e escondendo para não ouvir o gemido e pedido de socorro dos
necessitados. Temos os mandamentos na ponta da língua, entretanto, no tocante a
pratica estamos a distância a sumir de vista. Qual foi a atitude do Samaritano?
“...Passou-lhe perto e, vendo-o campadeceu-se dele. E, chegando-se, pensou-lhe
os ferimento, aplicando-lhe óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio
animal, levando-o para uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou
dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: cuida deste homem e, alguma
coisa gastares a mais, eu te indenizarei quando voltar” (v 33-35). Este samaritano internou seu próximo e interessou pele
desfeche da história. A política de colocar o viciado, o desvalido, o necessitado
bem longe não funciona. A igreja tem ignorado o segundo mandamento, apenas
obedece quando lhe parece conveniente. Vejo esta situação com muita inquietação
no espirito, porque Jesus foi incisivo em seu sermão: “Dá a quem te pede e não
voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes”(Mt.5:42). Este é o mandamento
do qual não temos como esquiva-se dele. Que Deus tenha misericórdia de nós como
igreja.
III
– NOSSAS DESCULPAS
Existe
uma máxima popular que diz: “Quem quer; faz, quem não quer: apresenta
desculpas”. Para eximir dos nossos deveres, por vezes queremos lavar as mãos
nas águas da inocência. Falamos que não estamos em condição de ajudar por falta
de: Recurso financeiro, tempo, a vítima é ingrata, não merece, não valoriza, é
reincidente, não somos salvos por obras, vai desperdiçar, não tenho aptidão
para generosidade e desculpas semelhantes. Qual é o critério a ser avaliado? O critério básico para atender alguém é
único, é se realmente a pessoa necessita. Porque se você for procurar pessoa
politicamente correta para ajudar, nunca encontrará, porque estas pessoas já
possuem assistência de suas famílias e dos governantes e quando surge algum
revés, possuem reservas. Porém, as pessoas ignoradas pela família e sociedade
que a igreja precisa acolher. Não podemos despedir o nu sem roupa se temos como
cobrir a sua nudez. Não podemos despedir vazio o faminto se temos em nossa
dispensa o pão, não podemos falar ao Próximo:
volte amanhã se temos como socorrê-lo no momento. Quem ama não adia o
problema que está diante de si. Deixar de fazer o bem quando podemos é pecado
de omissão (Tg 4.17). Este contraste entre a teoria e prática precisa zerar.
Uma fé que ignora a dor alheia é inútil.
CONCLUSÃO:
O doutor da lei era um expert nas teorias da lei mosaica, mas na pratica
deixava muito a desejar. O mesmo pode ocorrer conosco que pertencemos a uma
igreja de doutrina ortodoxia, reconhecendo os fundamentos da fé cristã como
tal. Entretanto, sendo engessados pelas do amarras dogmatismo que para atender
um faminto tem reunir semanas inteiras com os oficiais da igreja, conselhos
para definir se convém ou não destinar uma cesta básica a uma família que está
precisando do alimento para ontem. O sacerdote e o levita possuía todo um
cerimonial, mas, uma vítima como desta história não pode esperar. Oremos para
que nossos olhos vejam as necessidades e as suprimos com amor sem questionar.
Pr. João Serafim
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