sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Mensagem Pregada no aniversário da Igreja em Igarapé no dia 31/01/2021

 

MENSAGEM:  ONDE ESTÁ O MEU PRÓXIMO?

TEXTO: LC.10: 25 – 37

INTRODUÇÃO: Existe uma distância considerável entre a teoria e a prática. Como cristãos devemos levar a sério os mandamentos de Deus. A igreja do Senhor por meio das Escrituras Sagradas tem acesso à vontade plena de Deus para realizar a sua obra aqui nesta terra. Quanto maior for o conhecimento, aumenta o grau de responsabilidade. O texto em pauta desmistifica de forma contundente o dilema entre a teoria e a prática frente a um interprete da lei cheio de filosofias. Para o Mestre Jesus, não basta saber a formula correta, mas também executar, e isto se aplica em todas as gerações, ou seja, diz respeito a nós seguidores de Cristo do século XXI.

I – ARGUMENTOS PARA JUSTIFICAR-SE

Sobre este texto em exposição certamente você já tenha ouvido inúmeras mensagens, entretanto, convido você atentar para algumas lições que julgo ser preciosas para todos nós neste tempo. O questionamento do interprete da lei era pertinente: “Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”(v 25). Obviamente o inquiridor estava cônscio das tratativas de Jesus. Mas, qual era a intenção daquela pergunta tão importante? O que estava escondido por detrás daquela bem elaborada pergunta? A bíblia responde o intento do doutor da lei (v 29). Era usual por parte dos rabinos responder as perguntas com outra pergunta. Tanto que, Jesus apenas responde diretamente umas três perguntas dirigidas a ele. Apesar da preciosidade da pergunta, neste episódio a intenção do doutor era colocar Jesus numa sinuca de bico, ou seja, num impasse diante das pessoas. Este cidadão certamente era um importante doutor interprete das Escrituras, com a réplica de Jesus e sua trepica fica evidenciado que sua dúvida não era real, pura camuflagem para eximir de suas obrigações. A teoria estava na ponta da língua. Jesus foi incisivo: “Faz isso e viverás” (v 28). Depois de ser apanhado em sua omissão o doutor tenta esquivar novamente apresentando dificuldade em identificar corretamente quem era seu próximo. Em virtude destas desculpas esfarrapadas do doutor, Jesus narra a parábola para ele dar o veredito incriminatório. Esta lição serve para nós para evitarmos esconder atrás das máscaras no cumprimento do nosso dever cristão.

II – ONDE ESTÁ MEU PRÓXIMO?

A história que Jesus contou para aquele doutor mostra quatro personagens: O viajante que foi assaltado, o sacerdote, o levita e o samaritano. O samaritano tão discriminado pelos judeus foi quem socorreu o peregrino, vítima do assalto, em contrapartida os religiosos desampararam o próprio irmão. Talvez estes tinham algum compromissos inadiável! Em muitas situações; explica-se, mas não justifica-se. Exemplos clássicos do explicando o inexplicável: Como pode um cristão gastar horrores em ração para cães, gato, pássaros e negar o segundo prato de comida para o mendigo? A pergunta ecoa com grande alarido, feito um potente megafone; onde está o meu próximo. Ora, o meu próximo está na minha rua, nas vilas, nos pontos de ônibus, orfanatos, asilos, hospitais etc. Estamos tapando os ouvidos e escondendo para não ouvir o gemido e pedido de socorro dos necessitados. Temos os mandamentos na ponta da língua, entretanto, no tocante a pratica estamos a distância a sumir de vista. Qual foi a atitude do Samaritano? “...Passou-lhe perto e, vendo-o campadeceu-se dele. E, chegando-se, pensou-lhe os ferimento, aplicando-lhe óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levando-o para uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: cuida deste homem e, alguma coisa gastares a mais, eu te indenizarei quando voltar” (v 33-35). Este samaritano internou seu próximo e interessou pele desfeche da história. A política de colocar o viciado, o desvalido, o necessitado bem longe não funciona. A igreja tem ignorado o segundo mandamento, apenas obedece quando lhe parece conveniente. Vejo esta situação com muita inquietação no espirito, porque Jesus foi incisivo em seu sermão: “Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes”(Mt.5:42). Este é o mandamento do qual não temos como esquiva-se dele. Que Deus tenha misericórdia de nós como igreja.

III – NOSSAS DESCULPAS

Existe uma máxima popular que diz: “Quem quer; faz, quem não quer: apresenta desculpas”. Para eximir dos nossos deveres, por vezes queremos lavar as mãos nas águas da inocência. Falamos que não estamos em condição de ajudar por falta de: Recurso financeiro, tempo, a vítima é ingrata, não merece, não valoriza, é reincidente, não somos salvos por obras, vai desperdiçar, não tenho aptidão para generosidade e desculpas semelhantes. Qual é o critério a ser avaliado?  O critério básico para atender alguém é único, é se realmente a pessoa necessita. Porque se você for procurar pessoa politicamente correta para ajudar, nunca encontrará, porque estas pessoas já possuem assistência de suas famílias e dos governantes e quando surge algum revés, possuem reservas. Porém, as pessoas ignoradas pela família e sociedade que a igreja precisa acolher. Não podemos despedir o nu sem roupa se temos como cobrir a sua nudez. Não podemos despedir vazio o faminto se temos em nossa dispensa o pão, não podemos falar ao Próximo:  volte amanhã se temos como socorrê-lo no momento. Quem ama não adia o problema que está diante de si. Deixar de fazer o bem quando podemos é pecado de omissão (Tg 4.17). Este contraste entre a teoria e prática precisa zerar. Uma fé que ignora a dor alheia é inútil.

CONCLUSÃO: O doutor da lei era um expert nas teorias da lei mosaica, mas na pratica deixava muito a desejar. O mesmo pode ocorrer conosco que pertencemos a uma igreja de doutrina ortodoxia, reconhecendo os fundamentos da fé cristã como tal. Entretanto, sendo engessados pelas do amarras dogmatismo que para atender um faminto tem reunir semanas inteiras com os oficiais da igreja, conselhos para definir se convém ou não destinar uma cesta básica a uma família que está precisando do alimento para ontem. O sacerdote e o levita possuía todo um cerimonial, mas, uma vítima como desta história não pode esperar. Oremos para que nossos olhos vejam as necessidades e as suprimos com amor sem questionar.

Pr. João Serafim

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